quinta-feira, 24 de julho de 2014

Quando não sei se é real

Vocês já tiveram a sensação de não saber se é/foi real ou não? Por exemplo: você sonha algo tão nítido que parece realidade e então você acorda e percebe que era um sonho, só que o problema é quando meio que nos esquecemos do sonho e ficamos com uma leve impressão de que aquilo aconteceu. Ou algo que aconteceu de verdade e não se sabe se viu em um sonho ou está delirando.
Por exemplo: Eu não sei se isso e verdade, mas teve uma época que eu jurava que ouvia uma música coreana no meu prédio e bati na porta pra perguntar, e tinha mesmo uma menina ouvindo kpop lá dentro, mas acho que ela não morava lá. O problema é que eu sonhei algumas vezes com ela, em que eu ia lá e essas coisas, então eu acreditei que aconteceu e depois de um tempo quando bati na mesma porta a moça me disse que aquela menina nunca morou lá. Eu fiquei sem entender nada e depois de um longo tempo me esqueci completamente disto como se nunca tivesse acontecido e eu nem me lembro qual era a porta dela. Até hoje não sei se isso foi real ou não, se eu conheci mesmo essa menina ou se eu sonhei tudo ou imaginei tudo.

Também teve a vez que num sonho eu conheci uma menina que morava numa casinha legal pra dentro dos prédios e um dia acordei pensando em ir visitá-la e depois me dei conta de que aquele lugar nem existia. 

O fato é que me minha cabeça é muito confusa; eu as vezes não tenho muita noção das coisas, como tempo, quantidade ou temperatura, então eu posso confundir fantasia com realidade ou misturar os sonhos. Eu passei muito tempo sem lembrar bem dos meus sonhos então nunca soube distingui-los, e agora está tudo ocorrendo bem. Os sonhos não andam tão nítidos, mas o progresso está bom e estou encaixando muitas coisas.

É isso, Chu pra todos vocês ^^


P.S: Se alguém tem dúvidas, o Chu~ que eu ponho no final dos meu posts significa Beijos.

Pessoas "disfarçadas" em meus sonhos

Eu ultimamente tenho tido essa sensação direto em meus sonhos, alguém que se disfarça de algum amigo meu ou de um ídolo e tenta me levar para algum lugar, só que na ultima hora eu percebo que não é meu amigo ou alguém gentil querendo me ajudar e resolvo cair fora. Como o caso do cantor Key, do post anterior. Esse sonho ocorreu no local onde moro, como sempre com alguma alteração no lugar que eu sinto como se sempre estivesse ali, mas ok. Meu amigo Gean me pedia,implorava incansavelmente para eu ir a não sei onde com ele; nem parecia meu amigo, estava agindo de modo estranho a dias. Iamos pro ponto de ônibus e eu o olhava e olhava, seu olhar tinha mudado, eu reparei que aquele não era o meu amigo. Deixei ele subir no ônibus sozinho e sai descendo depressa, do mesmo ele me mandou um olhar de tanto ódio que pude ter certeza que não era meu amigo. Depois disso senti como se ele meio que tivesse me jogado uma praga e uma coisa ruíam aconteceu (mas eu não vou contar, sorry). Então eu fui até minha amiga que me perguntou se eu estava bem e eu não conseguia explicar nada e então eu acordei. 

Vários acontecimentos em um só sonho

Foi um processo de sonhos, eles não necessariamente mudavam, mas continuavam.... Começou com um sonho estranho com uma piscina gigante com ondas (que eu nem sei se era mesmo uma piscina) e eu nadava nela. Depois disso eu fui até a casa da minha amiga Jennifer, e ate ai tudo normal até que cheguei no quarto dela; também estava normal, porém o lugar onde deveria estar sua janela estava uma imensa parede roxa, que na verdade era uma cortina disfarçada que dava pra uma sala/quarto incrível, como nos filmes em que tem a passagem secreta para aquele cômodo imenso e legal que ninguém a não ser os fodões da casa sabem que existe. Contei a ela este sonho e depois estava com tanto sono que dormi lá e acabei por ter outro sonho no mesmo lugar, contudo este teve detalhes:
Estava naquela piscina imensa de ondas nadando (o que é sempre estanho já que não sei nadar), tinha uma mulher me observando e percebi que ela estava presente no primeiro sonho. Depois de um tempo mostrando minhas habilidades eu pergunto a mulher o que mais ela quer.
- Quero os três pingentes enrolados em sua cauda.
É claro que eu não entendi merda nenhuma e sem aviso, uma rede/cobertor ou algo assim caiu na água e foi me puxando para o fundo (e que p*** fundo). Nessa hora reparei que eu tinha uma cauda bege que parecia de pano e nela estava enrolados três cordões dourados com pequenos pingentes. Eu conseguia respirar embaixo d´água, mas vi que ela retirava a minha cauda e a medida que fazia isso eu parava de respirar e não conseguia nadar direito. Mas eu consegui antes de desmaiar e afundar, achar a ponta de cima da rede/cobertor e nadei até o topo da piscina-projeto-de-mar-com-ondas e a fuzilei com os olhos. Ela era uma mulher má. Nessa hora eu acordei, ainda no sonho. Contei tudo a minha amiga e o sonho ficou em “fillers”, só enrolando enquanto nós duas conversávamos e zoavamos. Depois eu tive que sair por que iria encontrar minha mãe na casa da sogra dela, o que me deixou nervosa. Agora por que isso? Toda vez que eu vou para esse prédio, o local onde essa senhora mora, tem outros prédios e ruas lá que parecem trocar de lugar ou causa um tipo de ilusão que faz com que nos perdemos, tipo as escadas em Harry Potter. Eu nunca descobri se era isso ou eu me teletransportava inconscientemente para os lugares tenebrosos, mas ok.
Cheguei lá bem e achei o prédio certo. Ufa! Mas ai eu estupidamente fiquei brincando e conversando com as criancinhas ao invés de subir logo para o apartamento. Nessa hora um dos molequinhos me avisou das bombinhas, elas eram quase mortais. Então saímos correndo com várias bombinhas-queima-pele sendo jogados por seilá quem. Um pedacinho, uma bolinha daquela coisa caiu no meu braço e ardeu que Meu Deus, meu braço começou a inchar muito, deve ter dado alergia ou algo assim já que sou toda alérgica, e então eu desmaiei. Estava quase chegando no prédio e da essa bosta, fiquei bolada na hora. Quando acordei estava em outro lugar, um dos prédios estranhos e já era manhã, eu permaneci desacordada por tantas horas. Um menino me fitava.
- Acordou. Disse ele com um sorriso.
Eu não sabia quem era, mas tinha a sensação de que conhecia (ele tinha a aparência de um famoso coreano que eu conheço).
Então ele disse que me levaria até o prédio que eu queria por um lugar legal. E sim, depois de um tempo estávamos caminhando por uma rua com casinhas que mais pareciam uma mistura de antigas com novas, um lugar com ar fresco, muito lindo e relaxante. Eu e esse garoto conversamos durante bastante tempo e eu xingava minha mãe por ter me deixado nessa furada.
- Eu devia ta fazendo algo errado como ta dando pra contrariar ela.
- Ah, não é problema, é só irmos pra minha casa.
- Ta bom. Disse eu irritada, mas inocente na hora.
O estranho é que percebi que ele não mudava o trajeto pra sua casa e deduzi se ele já não estava me levando pra ela desde o inicio. Decidi olhar bem para ele e percebi que ele me lembrava um cantor coreano que eu curtia; na hora eu me perguntei como eu sabia disso por que eu nem sabia que ouvia música coreana. Ai reparei que ele era diferente do verdadeiro ídolo, o Key. Suas roupas eram largas, um casacão e jeans caindo, parecia mais baixo que o verdadeiro Key, não agia como uma bicha purpurinada e tinha o olhar generoso e um sorriso diferente do verdadeiro Key. Fiquei o olhando melhor, ele tentava manter o olhar generoso, mas a verdade é que estava cheia de malicia. Então eu percebi que estava adquirindo minha consciência e lembrando das coisas. Por que nesses sonhos eu sou menos tímida e ajo do meu jeito de sempre, porém minhas memórias são comprometidas e por boa parte do tempo estou confusa ou tentando me lembrar de algo ou não vejo maldade em nada.
Eu disse a ele:
- Acho que não e culpa da minha mãe, é melhor eu ir pra casa mesmo.
Seu olhar quase mudou para o de ódio, contudo manteve o gentil e fofo e fez pouco caso.
- Então estou voltando agora.
E assim acordei. Toda vez que eu acordo tento ligar os fatos, por que enquanto sonho é difícil. Isso me fez pensar que talvez aquele garoto fosse alguém disfarçado desse ídolo, por que fala sério, se fosse um sonho comum e eu estivesse sós sonhando com os ídolos que eu amo e penso dia e noite, nunca seria o Key por que eu nem lembrava da sua existência e não escuto muito o grupo que ele faz parte, então por que logo ele apareceu em meu sonho? Foi que nem o caso de outra, a Minzy, mas no sonho eu tinha total consciência de que aquela era minha amiga aderindo uma forma nova e eu nem sabia que Coreia existia. Mas eu não vou contar esse sonho por que ele foi tão detalhado que fica complicado até para eu lembrar. Então, é isso pessoinhas, esse post ficou um poquinho comprido hein ><.


Chu~

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Voando depois de anos e uma visitinha a Terra do Nunca

No sonho eu caminhava com alguns amigos (não lembro quem, mas sei que tinha gente que eu conhecia e não conhecia lá, porém eram todos meus amigos) depois de um dia de aula, conversado e observando as pessoas em volta. Disse a eles que estava cansada de andar e que seria mais rápido se eu fosse voando, se bem que eu havia esquecido que lá algumas pessoas eram normais, contudo acabei por decolar.
Lembrando que o sonho se passava em Um lugar que eu não conhecia, mas já estive lá em outro sonho. Era comum, mas difícil de explicar: Tinha uma montanha, no lado dessa montanha ficava um buraco fundo com um rio ou lago imenso e no outro lado a rua com os banquinhos de praça, as lojinhas e as pessoas; era lá que eu caminhava.
Quando voei passei primeiro pelas lojinhas e vi o olhar espantado de algumas pessoas.  Percebi que finamente estava voando com total controle e não estava caindo e sim subindo, então passei por aquele lago/ rio (não sei) com um frio na barriga (por que sempre que eu voava por cima de rios, lagos, mares e até piscinas eu costumava cair neles), mas consegui passar perfeitamente. Quis ousar e continuei voando cada vez mais alto, agora em meio as nuvens. Vi um rapaz bonito parecido com Peter Pan e sua roupa de folhas secas ou coisa assim. Foi a realização de um sonho, conhecer Peter e ele me levar para a Terra do Nunca. Passei pelo processo de voar muito rápido para entrar em outra dimensão e ao chegar lá minha decepção foi imensa. Para começar havia um lago/ rio (eu nunca sei) com uma variedade incrível de navios e barcos, indo de botinhos até navios piratas E barcas. Aquilo foi tão estranho, pois todos estavam parados sem ninguém neles. O pior foi quando vi que ali perto havia uma cidade com mais prédios, mais tecnologia e tão poluída que chegava a me dar ânsias.
Peter me disse que me levaria a casa dele e suspirei de alívio. Só que de novo a decepção veio. A árvore do nunca estava morta (tudo lá estava quase morto ou morto) e Peter ainda me disse que agora morava em uma casa de verdade. Lá tinha até TV e alguns gatos falantes. Uma gata em especial me atacou. A dona da casa era uma gata bem meiga e sombria e disse com doçura para a outra não me atacar. Peter deitou no sofá e ficou assistindo a TV enquanto eu fazia varias perguntas de “cadê as crianças?”, “o que houve com tudo aqui?”. Quem me respondeu foi a Dona Gata, ela me disse que infelizmente as coisas ficaram assim e me deu um olhar solidário e eu entendi tudo. Então acordei.

Pelo menos nesse sonho eu progredi nos voos e não cai na água. Os sonhos em que eu voava eram incríveis, mas sempre tinha uma hora que eu caia; a hora que eu ia voando mais baixo ou quando não conseguia subir. E quando estava precisando desesperadamente fugir o voo falhava e nem saia do chão. Depois de um tempo decidi dar uma chance a água (eu tenho um histórico de sonhos com ela) e quando caia usava a água em meu favor. Depois de um tempo até sonhava só com ela, onde conseguia projetar uma cauda de luz para eu poder nadar. Engraçado é que eu não sei nadar e lá era minha especialidade.
Tem sonhos com água em um parque aquático mágico ou um toboágua que boiava na água. E outro em que tinha eu e uns amigos; éramos como uma patrulha procurando algo que eu nunca descobri o que. Brincávamos e zoávamos. Depois eu explico melhor estes outros sonhos, o que importa é que consegui voar melhor e descobri uma mensagem importante nesse sonho. Este é recente, tive a duas semanas, já que não sonhava a anos, estou feliz que estão voltando (fracos, mas voltando aos poucos).
PS: É, eu não acredito que tenha sido Peter ou a Terra do Nunca, eu sabia disso até enquanto sonhava.


CHU~

Sobre o conto "A mulher dos meus sonhos"

Bem, olá a todos (poucos, mas ok :3); eu queria explicar o que me levou a escrever “A mulher dos meus sonhos”, conto do meu post anterior. Eu realmente o tirei de um sonho que tive, estava buscando inspiração para escrever algo novo e me lembrei dele e então resolvi criar essa história. É claro que o conto veio da minha imaginação, mas minha inspiração foi o sonho. Vou explicar melhor:

No sonho eu estava em um museu de artes e ao contrário do conto ele estava lotado. Sentia algo me chamar e fui correndo até um quadro enorme com uma bela mulher nele. No sonho seus olhos eram completamente negros e não completamente brancos, como escrevi. Ela saiu do quadro e me beijou, eu sentia medo e a sentia sugar minha energia; separei-me imediatamente dela, mas me sentia tão apaixonada. Todos no museu gritavam de medo, e de certa forma aquela mulher era um demônio, ou algo semelhante. Não me restava dúvidas de que era alguém das “trevas”.

Só consigo me lembrar disso, por que não foi um sonho com muitos detalhes, mas sim aquele tipo que eu tentava acordar e não conseguia, estava presa aquele sonho, como se nem estivesse em meu mundo. Naquela época não entendia nada sobre bruxaria, espiritismo e nada de nada, só sentia um pouco de medo e tinha uma mente cheia de dúvidas. Eu não sabia o que eu era ou o que gostava, não conseguia pertencer a lugar nenhum, eu meio que senti que aquela mulher queria me levar para o lado dela. 

[CONTO] A Mulher dos Meus Sonhos

Há cerca de muitos anos, eu passei a ter sonhos assombrosos com a mesma pessoa. Pesadelos do qual eu não conseguia me livrar; e para meu desespero, nunca via seu final. Era sempre o mesmo, vez ou outra com um detalhe diferente, mas sempre o mesmo. E lá havia uma mulher. Uma mulher muito bonita, da pele pálida e os cabelos pretos mais compridos que já vira em toda minha vida. Seus olhos não possuíam pupilas ou íris, era de todo esbranquiçado. Mas seu olhar... De alguma forma aquele olhar me prendia. Sentia-me admirada, porém com medo. Algo em mim queria chegar mais perto, mas meu subconsciente me dizia para correr. Era mais forte que eu, porque me sentia atraída por ela. Apaixonada por ela. Justo eu que sempre me senti enojada por relacionamentos do mesmo sexo, vivi anos e anos sonhando com uma mulher que além de medo despertava toda paixão em meu coração, paixão por ela. Só por ela. E o sonho... Ele não era de todo assustador. Sempre estou em algum tipo de museu, um tipo de exposição de arte onde eu olhava fixamente para o quadro de uma mulher. Uma mulher triste, com lágrimas nos olhos; os lábios eram vermelhos como se estivessem manchados por algo, sangue talvez. O quadro mostrava um pouco de seu perfil, pouco da parte da frente de seu rosto; e depois de tanto observar, sua cabeça se vira para mim, e sei que foi apenas para me ver melhor. Então ela estende sua mão, me chamando. Eu não olho para os lados, nem ao menos penso em hesitar. Apenas dou mais um passo a frente indo em sua direção, obedecendo a seu pedido. Então, ela já se mostra pouco fora do quadro, como se estivesse saindo dele, mas não por completo. Apenas da cintura pra cima que é de onde se mostra no quadro. Ela toca com suas mãos em meu rosto; as mãos frias. Nossos lábios se encontram; bem perto um do outro, porém ela não me beija. Desce sua cabeça até meu pescoço e olha pra mim enquanto sorri maliciosamente. E pude ver seus dentes. Eram tão brancos quanto seus olhos e sua pele pálida, mas o que me chamou a atenção era o quanto eram afiados. Ela os crava com pressa em meu pescoço e não sinto dor, não sinto nada. Sinto prazer. E então, com a mesma rapidez com que cravou suas presas em mim ela beija meus lábios delicadamente. E em poucos segundos pude sentir o gosto de sangue percorrendo em minha boca, indo direto para meu estomago, me dando uma sensação horrível. Novamente olha para mim e sorri. Desta vez seu olhar parece outro. Eu vejo brilho, satisfação e desejo. E um arrepio percorre todo o meu corpo. Ela tombou sua cabeça para o lado e parecia assustadoramente mais bonita, seus lábios que agora estavam mais vermelhos sujos pelo meu próprio sangue me parecia tentador. Eu podia ver o sangue escorrendo de sua boca, no qual ela passou a língua delicadamente sobre os lábios para se deliciar com o sabor. E de novo ela sorri, entretanto algo diferente acontece. Ela passa suas pernas por cima da parte de baixo do quadro, como quem pula uma cerca e agora posso vê-la completamente diante de mim. Seus cabelos tocam o chão. Seu andar parece com o de um zumbi, um ser morto, e um pavor enorme me invade. Dou passos para trás, instintivamente, enquanto ela lentamente anda para frente. Olho para os lados e não há saída. E tenho certeza de que havia um corredor ali, mas ele desaparecera. Agora não tenho mais para onde correr, cheguei ao final onde me vi encostada na parede, e ela me olhando com uma expressão vazia, porém sem deixar de notar que estava desejando algo para este momento. E então... Eu acordo. Sempre da mesma maneira, a testa suada e a respiração ofegante. O corpo pesado e as pernas trêmulas. E sempre sinto como se não tivesse dormido, como se tudo fosse real e tivesse tirado toda minha noite de sono. Eu prefiro pensar que é apenas um sonho. Eu me sinto tão perturbada por ele que quem dirá que não é paranoia da minha cabeça? É tudo bobagem, essa mulher não existe e não há maneira alguma de eu me atrair por uma. Nunca! Eu tenho meu namorado, somos felizes juntos e eu o amo. Mas às vezes, me pergunto se esse amor também não é mais uma coisa na minha cabeça, como se estivesse fugindo da verdade. Mas a verdade me incomoda, então a lógica é pensar que não é real.

Hoje foi um dia normal como qualquer outro, e antes que me esqueça, não é sempre que tenho esse sonho. Não entendo; toda vez que pareço estar esquecendo esse pesadelo ele vem à noite para me assombrar. É como uma maldição. Mas todo o resto do dia permanece normal, como se tudo não passasse apenas de um mísero sonho ruim. Só que eu sabia que não era apenas um sonho. Tive certeza essa manhã, quando eu vi uma bela mulher da pele branca e cabelos compridos na minha escola. Era exatamente como a mulher do meu sonho. A única diferença é que seu cabelo não era tão grande a ponto de se enrolar no chão ou seus olhos fossem completamente brancos. Não, era a mesma mulher, com os cabelos que batiam-lhe no final das costas e os olhos eram tão negros quanto à noite. Ouvi dizer que ela era uma professora nova. Mas não seria professora da minha turma. E hoje em sala de aula recebemos a noticia de que todas as turmas de primeiro e segundo ano teriam um passeio. Devíamos levar uma autorização para casa e levar de volta com a assinatura do responsável em uma semana, sem falta. Infelizmente meus pais não estariam em casa esse mês, eles estão de viajem pela segunda lua de mel e eu estaria sozinha em casa todo esse tempo. Tive que dar um jeito sozinha, a diretoria não conhecia a assinatura de meus pais, eles não precisam descobrir que eu a falsifiquei. Quando chegou o esperado dia, mandei uma mensagem para meus pais dizendo que iria sair, e caso me ligassem e eu não atendesse, para ficarem calmos que apenas não estaria em casa. Disse também para que não ligassem para meu celular, pois aonde ia era proibido. Foi um erro, mais tarde descobri que uma ligação poderia me salvar. Quando chegou o dia, todos pareciam cansados e desanimados, como se alguém tivesse sugado todas as suas energias. Todos, inclusive eu. O passeio foi mesmo a onde eu esperava. Visitamos uma exposição de arte e devíamos seguir com o grupo todo o tempo e não se separar dele. O orientador dizia exatamente isso, quando ouvi. Ouvi, num tom bem baixinho, como uma mulher chorando chamando pelo meu nome e fui a sua procura. E lá estava ele, o quadro. Da mesma maneira como no sonho, as mesmas lágrimas, o mesmo vazio, os mesmos olhos possuídos por um branco sem fim e a boca avermelhada de sangue manchado. A sala estava vazia. Estava vazia até o momento de mais alguém entrar naquele local. E este alguém era ela, a bela professora nova.
- Oi querida. Disse ela com a voz mais gentil, porém mais obscura que já ouvi.

- Oi. Respondi.

- Quadro bonito, não?!

- Parece com você. Disse com certa provocação.

- Ah, mais que gentil. Não sou nem de longe tão bela quanto ela.

Não entendi onde ela quis chegar com esta resposta. A mulher no quadro mostrava dor e vazio, a pele era muito mais pálida como se estivesse doente, e os olhos... Ela não; tinha um olhar alegre, uma pele macia e bem tratada, sorria o tempo todo e sempre mostrava felicidade.

- Olhe para ela. Seus olhos mostram o quanto sofreu, sua face mostra todo o medo que lhe rondou. Todo o pesadelo do qual foi sua vida. E agora, sua imagem foi posta em quadro, para quem pudesse admira-la. Não é bonita? Você não se sente hipnotizada? Se sente atraída? Uma paixão tão forte e inexplicável?

Por que ela me dizia isso? Mas no fundo eu já sabia. E infelizmente tive de concordar. Aquele quadro, aquela mulher, até hoje, a única do qual amei. Como posso dizer que a amo? Eu não a amo. Eu estava hipnotizada. Parecia também paralisada. Não parava de fitar o quadro quando senti um leve toque em meus ombros e sua respiração em meu pescoço; as mãos eram frias, eu sabia o que me aguardava e não conseguia me mover, ou gritar, nem nada. E pouco depois fui salva. Fui salva ao ouvir um toque e um vibrar vindo do bolso de minha calça. Logo tudo voltou ao normal, conseguia me mover novamente, pensar por mim mesma. Imediatamente peguei o celular e sai daquele lugar, com o celular no ouvido. E foi quando vi. Foi quando vi a expressão vazia de dor e as lágrimas prestes a escorrer de seus olhos. Estava pronta para correr e pular em seus braços. Sabia que no fundo não era o que queria, mas o que posso fazer se mesmo sem querer, eu me sinto apaixonada? Mas logo fui trazida de volta. Quando ouvi um alô, alô, vindos do telefone. Eram meus pais. Queriam dizer que voltariam para casa imediatamente, uma semana e pouco antes do previsto. Estavam com uma sensação estranha. Um pressentimento ruim de que algo poderia acontecer a qualquer momento. E não deixariam a filhinha de 15 anos sozinha em casa em meio a todo esse terror. Meus pais eram meio supersticiosos e tinham uma intuição aterrorizante. O problema é que só poderiam pegar o avião de volta em dois dias, pois tinham uma parte paga no hotel em que estavam. Aconselharam-me a não sair de casa e ir a escola se fosse muito necessário. E droga, tinha provas de final de ano logo agora. E vai ser amanhã, eu não posso simplesmente faltar. Depois de um bom tempo pegamos o ônibus de volta para a escola e a professorinha, cujo nome era Catarine, nem ousou me olhar. Parecia abatida e não aquela mulher sorridente e gentil que todos havíamos conhecido. Parecia mais que a qualquer momento desabaria. Na escola tentei ao máximo evita-la, mas era impossível. A encontrava em todo lugar que ia. Tentava ao máximo não encara-la. Tentava nem ao menos olhar para ela. Mas teve um momento, um momento em que no corredor não havia ninguém. Completamente deserto. Quando ela apareceu em minha frente do outro lado do corredor e vinha em minha direção com passos lentos. E logo me vi de volta ao meu sonho. Só que agora não era sonho, era realidade. Me vi dando passos para trás e sendo parada por uma parede atrás de mim. E via ela me encurralando contra a mesma, sorrindo. O mesmo sorriso malicioso do qual ousava usar em meus sonhos quando estava prestes a fazer algo que eu imaginava ser terrível. Para minha surpresa ela apenas... Ela apenas me beijou. E o pior é que retribui o beijo, como se estivesse esperando por isso a minha vida inteira. Então paramos. Pude sentir o sabor metalizado de sangue em minha boca. Mas não havia vestígios de sangue na boca dela. Estava sem ar por conta do beijo, e quando a vi, percebi que em seus olhos haviam desaparecido as pupilas e as íris. Mas sua pele parecia mais bonita, mais macia e mais lisa, com uma cor saudável diferente daquela clareza de quem já morreu. E de Novo ela sorriu. Passou a língua lentamente pelo lábio superior e chegou mais perto de meu rosto. Agora havia recebido um simples celinho.  Agora me via com a respiração ofegante, mas não de prazer. Não conseguia respirar, sentia como se algo apertasse minha garganta e aos poucos fui perdendo todo o oxigênio. E já muito zonza, me vi sendo mordida. Sim, suas presas haviam sido cravadas em meu pescoço e agora era real. E eu sentia dor, não sentia prazer. Ela tirou os dentes branquíssimos como os molares de uma criança de meu pescoço e pude ver meu sangue escorrer. E sem ao menos perceber, sem entender, sem poder fazer nada nesta situação, eu desmaiei. Pelo menos na hora, eu pensei ter desmaiado.



- Diretora, Diretora. Gritava uma professora desesperada segurando desajeitadamente uma menina adormecida no colo.

- Mas o que houve minha jovem?

- Esta aluna, a vi no corredor agora a pouco. Reclamava que sentia falta de ar e pouco depois caiu em meus braços. Está gelada e inconsciente.

- Deixe me vê-la. Disse à médica que estava na diretoria. - Está realmente gelada; Oh, não pode ser. Disse ela.

E neste mesmo instante ouviu o som de um toque. Um celular. Era o da menina, seus pais ligavam desesperados depois de um pressentimento apavorante.

- Querida minha filha. Você está bem minha linda? Estamos preocupados, chegaremos em um dia, espere só mais um pouco. Dizia a voz desesperadamente.

- Alô.

- Alô?


- Aqui é a diretora Louise; eu lamento pela senhora. Eu lamento muito ter de dizer isso, mas algo terrível aconteceu a vocês. Eu lamento, mas sua filha está... E antes de terminar só se ouvia o tu tu tu do telefone. E o olhar de todos, tristes e vazios. Mas Catarine parecia irradiante, não via a hora da chegada da próxima. Não via a hora de estender sua vida cheia de beleza e muito ódio para que viva por mais anos e anos, sendo linda, sendo amada, sendo desejada. Sendo o pesadelo de muitas garotas bonitas que ainda passariam por si. As castigando da mesma maneira com que foi concedida a muitos, muitos anos atrás.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

[TEXTO] As vezes... eu só queria o mundo como o dos meus sonhos

Esse texto eu escrevi ano passado; não é nenhum relato nem nada do tipo, apenas amo escrever e gostaria de colocar mais das minhas escritas aqui; espero que gostem.

Queria poder voltar para aquela época; aquela época em que meu jardim era como uma floresta; pegava uma madeira e fingia que era uma pirata brincando de luta de espada; as vezes com um amigo; as vezes, lutava com o vento, imaginando alguém ali; meus amigos, que existiam apenas na minha imaginação; mas por alguma razão eu pensava que poderiam ser reais, apenas por acreditar que eram mesmo. Eu era como uma princesinha dos contos de fadas. Cheguei a cantarolar, talvez não tão belo, mas a cantar, enquanto admirava um beija flor bebericando água no bebedouro posto na arvorezinha do jardim; era rodeada de borboletas, e mesmo sabendo que eram apenas bichinhos, imaginava que eram fadinhas voando em meio as flores; talvez fossem, quem sabe. Já vi uma borboleta tão grande que a chamei de rainha; era tão linda. Eu era cuidadosa e chegava delicadamente perto de um passarinho, esperando pelo momento que ele me daria o ar de sua graça, e sem medo pudesse acaricia-lo; isso as vezes era possível; acho que devia ser uma menina encantadora.

Eu procurava por joaninhas e a noite caçava por vaga-lumes; para depois soltar a poucos instantes depois de capturados. Era exploradora, tudo era como uma aventura, tudo podia ser mágico se eu acreditasse; ou apenas imaginasse ser. Já estraguei muitos vestidos e fantasias; os usava em casa, enquanto brincava na varanda, muitas vezes para incorporar o personagem, ou apenas por pura diversão. Mas hoje já estou crescida; não sou adulto, não sou criança. Dizem que sou infantil, e prefiro simplesmente ignorar. Se pudesse, ainda vestiria um vestido do dobro do meu tamanho, pois eram antigos, de aniversários de 15 anos e usados um por minha mãe, e o outro por minha dinda, e voltaria a ser aquela garotinha que mexia com tinha, que mexia com terra e lama, que ralava o joelho andando de bicicleta e entrava em casa suja por me pendurar e trepar em lugares com muita sujeira. Mas hoje estou crescida; sou sim infantilizada; e não vou deixar de acreditar; de acreditar que em algum lugar do mundo, há sereias nadando ou penteando seus cabelos em uma pedra enquanto pegam um pouco de sol; que as fadas, tão espertas, vagam pelos jardins e vivem em uma terra mágica, em um vale cheio delas. De imaginar, cada vez que vou a praia, que em algum lugar  além mar, um navio pirata com um capitão que trata seus marujos como cães, e usam roupas sujas com chapéus engraçados e espadas afiadas, navegam pelo mar em busca de tesouro e matando sem pena os que os atrapalham. Gosto de me imaginar morando em um grande castelo, em que posso sair e caminhar pela floresta, mas sempre tomando cuidado com as bruxas, pois nunca sabemos se elas podem ser boas ou más. Posso me imaginar fazendo contato com fadas por um ritual secreto; posso me imaginar vagando por uma floresta e descobrir que sou filha de um feiticeiro e erdei muitos de seus poderes, que na verdade, apenas estavam adormecidos dentro mim. Eu tenho 1.000 vidas; e nenhuma alma. Pois além de uma princesa, mas nem por isso a procura de um príncipe, posso me imaginar como uma mulher adulta, com a profissão que escolhi e sendo feliz vivendo a vida que escolhi; posso me imaginar em uma tragédia, sofrendo muito por um amor platônico mas que no fim... bem, nunca sabemos o verdadeiro fim, pois a vida não é tão linda e alegre; mas eu também posso me imaginar com meus ídolos, que amo tanto e tanto, imaginar o dia em que os conhecerei e os verei cara a cara,ou de longe já basta pra me fazer sorrir. Ou posso encarar a realidade; mas isso é muito chato. Então continuarei sonhando; continuarei sonhando até o último minuto da minha vida; porque sei; porque eu quero e vou, continuar imaginando; continuar acreditando. É uma promessa!!

Salva por uma sereia

Eu tive este sonho quando ainda era uma criança (como a maioria dos meus sonhos). Eu estava em um navio pirata ou algo d o tipo; sorridente e com minha espada em mãos eu lutava com alguém e todo o navio fazia o mesmo; chovia forte e isso causou um transtorno no mar e só foi piorando a medida que a chuva virava uma tempestade, com muitos raios e trovões. Eu começava a me assustar, pois ali eu não conseguia voar (por que era comum eu voar em meus sonhos); as ondas ficaram cada vez maiores, movimentando o barco com violência e como ele era velho, foi se quebrando e estraçalhando a cada pancada de água salgada das enormes ondas. Foi aterrorizante, tudo parecia ao real... o frio na barriga, o vento gelado, a sensação de medo, o corpo molhado, a falta de oxigênio por eu nunca ter aprendido a nadar. Até que fui perdendo minha consciência e fui afundando, quase desmaiada eu vejo uma mulher e pensei ter visto uma sereia, na hora pensei que ela me devoraria. Meus olhos se fecharam; eu havia morrido? Eu tinha certeza que havia me afogado e quando abri os olhos ainda estava no fundo do mar, mas eu conseguia respirar. Será que eu morrera e fui parar num paraíso aquático, como a terra da pequena sereia? Logo vi aquela mesma mulher e sua calda de peixe, ela trazia junto de si outras companheiras e me trataram muito bem. Ela me disse que estavam a minha espera a muito tempo. Levaram-me para conhecer a cidade e todos no fundo do mar me cumprimentavam com um sorriso, outros nem tanto quando viam minhas pernas humanas. Essa mulher me perguntou o que eu gostaria, se eu desejava viver ali com aqueles seres. Eu apenas lhe disse que minha família devia estar preocupada e que eu tinha que voltar para casa. Ela sorriu e disse que me levaria de volta ao meu mundo. E então eu acordei; meu fôlego estava péssimo e meu corpo estava úmido. Ainda não podia acreditar que era um sonho. Era possível um sonho ser tão nítido e despertar todas aquelas emoções?
Claro que não havia sido o primeiro sonho, mas ele foi marcante pra mim, tanto que lembro cada detalhe dele, já que nunca tive um diário dos sonhos. Até hoje pensar nele me deixa intrigada. Foi o último de uma sequência terrível se sonhos com água e na maioria das vezes como voos também. Eu tentarei lembrar ao máximo todos eles, contudo os mais importantes eu tenho na minha memória, mas essa parada de voo e água sempre me deixou muito confusa. Alguém tem uma ideia sobre o que poderia ser? Estou voltando a ter estes sonhos; estão vindo de vagar, mas estão vindo, por isso estou escrevendo sobre eles aqui ^^.